O padre fez a melhor escolha (?)
CONTÉM SPOILERS
Lembro de como fiquei quando subiram os créditos do último episódio, uma mistura de “essa não era pra ser uma série de comédia? Por que diabos estou chorando?” com “meu deus, queria desver pra assistir pela primeira vez de novo”
Sim, minha vida perdeu o sentido. Sim, fiquei revoltada. Sim, queria abraçar minha neném Flea e gritar para o mundo que ela merecia seu final feliz do lado do padre com o sotaque mais charmoso de Londres. Não rolou.
Até o dia que percebi que o final foi feliz, para ambos. Não me recordo de uma outra série que as apostas envolvendo o romance principal fossem tão altas! Com tanta coisa em jogo dos dois lados.
Quando o padre escolheu Deus ao invés da Flea, ele não escolheu DEUS, né? Ele não precisaria abrir mão da fé para estar com ela, mas sim do plano de vida tranquilo (que ele já havia deixado claro que o satisfazia super bem) e duradouro que tinha como certo, da sua vocação, sua paixão, talvez. Quando nosso ~hot priest~ escolhe Deus, ele escolhe também selar a história que teve com a Flea como uma história de amor, ao invés de pagar de pagar pra ver o que o futuro traria, e essa escolha acredito ser totalmente baseada no seu amor por ela também.
A verdade é que se o padre tivesse escolhido largar a batina igual fez aqueeele outro padre da novela da Globo, a dívida seria alta demais, as expectativas a serem supridas beiram o insuportável. Claro que ninguém imagina Mr Andrew Scott jogando na cara no meio da primeira discussão que ele largou tudo pela Queen Waller-Bridge mas… sim, era um risco. O “ter que dar certo” pra valer à pena tudo que uma das partes abriu mão, pensa o desgaste!
E Flea, abriria de certa forma, mão da sua liberdade, “presa” emocionalmente à responsabilidade de suprir todos os espaços que The Priest abriu pra que ela entrasse em sua vida. Poderia dar certo, poderia ser lindo, mas e se não fosse? A vida acontece, meus amigos. Querendo ou não, estavam apaixonados mas era recente, poderia mudar 1 ano depois, 10 anos depois quem sabe, todos os amores valem o preço que custam? Talvez a honestidade da escolha do padre parta justamente do entendimento de que não era justo COM ELA esperar que ela preenchesse todas as lacunas por obrigação.
O padre deu uma perspectiva nova de relacionamentos pra Flea, estabeleceu um bom padrão de respeito, de como um cara minimamente decente deveria ser, dos sentimentos que deveria despertar nela e até de que não adianta querer suprir com sexo a sede que o coração tem de afeto. Fleabag terminou se amando mais, crescendo, encerrando ciclos de autocomiseração, culpa e Autodepreciação. Foi uma história de amor próprio também.
Não há dúvidas de que o futuro foi bom pra ela.
E bom, quando o padre escolheu à Deus, não foi só o primeiro mandamento de amar o Senhor sobre todas as coisas que ele cumpriu, mas de um jeito muito especial cumpriu o segundo também: amar o próximo como a si mesmo. O amor altruísta dele por ela pavimentou a melhor escolha.
Quem nunca abriu mão de um amor que não era pra ser vivido?
Mas como o padre disse, esse amor passa. Sempre passa.
Graças a Deus!
