A mulher pra casar, e a mulher com quem ele se casou

Rayane France
13 min readFeb 4, 2022
HI DESIGN

Essa é a história de uma paixão louca que acabou de um dia pro outro. Pelo menos, é assim que começa.

As gerações seguintes me chamariam de “dedo podre” quando o assunto era homem, vivia amores avassaladores que duravam 3 meses, 1 ano no máximo, e todos pareciam seguir exatamente o mesmo roteiro na hora de me dar um pé na bunda ou me cansarem e tomarem um pé na bunda. Talvez seja difícil imaginar uma vida sem tanta tecnologia mas lá estava eu nos anos 80, uma jovem com seus 20 e poucos, bem “pra frente” como dizia minha avó bem orgulhosa, me apaixonando pelo mesmo tipo de homem: de 5 a 10 anos mais velhos, aparentando intelectualidade e inteligência, interessantes, criativos, bons oradores, cheirosos e que pareciam não se intimidar comigo. Digo “aparentando” porque fui enganada não uma ou duas vezes, vários deles tinham a profundidade de um pires e após dois meses não tinham mais assunto pra nada, e “pareciam” porque também não uma ou duas vezes, eles desistiram da relação por insegurança ou machismo (não que o termo já fosse usado). Insegurança diante de uma jovem historiadora, mestranda, que sonhava viver de arte, ambiciosa mas que almejava coisas diferentes das outras jovens, fora dos padrões da época, digamos.

Não fique ai pensando que eu era uma moça “masculinizada”, odeio esse estereótipo mas de alguma forma as pessoas achavam que se fosse pra ser disruptiva, era melhor matar qualquer traço de feminilidade. Mas meu jeito de brincar e zombar dos padrões causava certo desconforto, metida a artista que era, me expressava através das roupas, misturava coisas masculinas com roupas femininas, se estivesse de vestido só usava perfumes masculinos, ou fazia questão de usar maquiagem quando usava ternos. Gostava do incômodo que causava quando chegava em ambientes mais conservadores ou cheios de homens no comando, gostava de deixar claro que não era como as mocinhas em busca de um casamento à todo custo (mas buscava um amor, isso sim)

Nunca tive paciência para homem ignorante, abestalhado, que tentava conquistar com jogo de sedução mas não sabia manter um diálogo. Nunca tive muita paciência pra ser cortejada também, fazer charminho, fazer o rapaz insistir… se eu queria, queria e pronto, ia lá me apresentar, dava um jeito, se não queria, falava logo também. O contrário disso pra mim era perder tempo. E foi assim quando conheci João, jornalista de economia frustrado, uns 8 anos mais velho, que queria ter estudado filosofia mas caiu na pressão familiar dos pais, jornalistas que fugiram do país no início da ditadura. Olha, João me ganhou na lábia, mas não essa lábia, me ganhou falando sobre o livro e documentário que queria fazer contando a história dos pais se escondendo em cidadelas da Espanha, ou como foi privilegiado em conseguir estudar próximo à Casa Museu Gaudí na Espanha (logo pra mim!!!), comentando sobre as atualidades com senso crítico e charme. Ah, era muito bonito.

Trabalhávamos no mesmo prédio, ele na redação do maior jornal do estado, que ocupava todo o edifício, e eu na biblioteca do térreo. Descobrimos amigos em comum e nos víamos com certa frequência, ele sempre passava pela biblioteca para ver o que eu estava preparando nos acervos, elogiava, comentava, compartilhava… Nas rodas de bar eu era tratada como um homem entre os caras (entenda, não era como as coisas são hoje, não existia meio termo, a impressão que tinha era que a partir do momento que me respeitavam intelectualmente, me tornava alguém indesejável sexualmente e afetivamente), conversava de igual pra igual com os antigos colegas de classe e jornalistas metidos à besta da redação dos andares de cima, esses odiavam a ideia de ter uma mulher contestando ou opinando com tanta certeza sobre aquilo que eles juravam saber tudo. João não, João me ganhou na lábia mas também no ouvido, gostava de me ouvir e conversar sem me subestimar. E eu gostava das rodas! Preferia mil vezes ser tratada como um homem por ter uma opinião do que estar na mesa das moças que esperavam algum rapaz iniciar o jogo de sedução. Como eu disse, não tinha tempo e tinha até um certo desprezo por àquelas que eu chamava de “sonsas” ou “casáveis”.

Numa quinta véspera de feriado, boteco copo sujo em frente a um arranha céu no centro de São Paulo, estavam todos lá: os jornalistas fumantes fedorentos, João falando que acreditava que no futuro o cigarro não teria espaço nas propagandas, as pobres estagiárias virando os olhos para as investidas dos engravatados, e a historiadora aqui lendo o prólogo de um livro novo que havia chegado naquele dia, até que ele sentou do meu lado, começou a rir da cena ridícula e perguntar o que tinha de tão interessante naquele livro que não podia esperar. Conversa vai e vem, um a um indo embora e quando dei por mim só nós e um casal bibliotecária+jornalista aos beijos na mesa, a madrugada chegava, alguns gatos pingados ainda estavam no bar que tocava à médio som o disco “A Dança da Solidão” do Paulinho da Viola, quando João fez a pergunta que mudaria tudo: “Por que você é assim?”

Claro que poderia perguntar de volta “assim como?”, mas sabia do que ele estava falando, eu não era mesmo igual as outras mulheres da época e nutria orgulho disso. Contei que meu pai morreu antes mesmo do meu nascimento, e com o pouco dinheiro guardado que deixou, minha mãe e avó vieram pra capital, fugidas do meu avô, um carrasco abusivo. Não que meu pai fosse bom, a morte fora um certo alívio, mas definitivamente era melhor que estar no teto do meu avô, minha mãe dizia.
E na capital, a velha história da família de mulheres fortes e trabalhadoras que não tiveram outra opção. Cresci ouvindo as duas falarem que tinha que estudar e não me inventar esse negócio de casamento cedo, que paixão era problema certo, que não deveria depender de ninguém e principalmente que “homem tinha medo de mulher inteligente”, e tinham mesmo.

Contei tudo, sendo interrompida por ele (ridiculamente bonito, com a cabeça sustentada pela mão em cima da mesa) pedindo mais detalhes e perguntando coisas, comentando sobre coisas em comum, olhos brilhando (talvez esse detalhe tenha acontecido só na minha cabeça) e sorriso cansado. Quando o assunto acabou o sol já estava nascendo, a luz laranjada estava começando a brilhar no nossos rosto, aquele homem me vendo como igual e mesmo assim, desejável, como a mulher que eu era, me parabenizando pela jornada acadêmica esforçada, não teve jeito: roubei um beijo do maldito que roubou meu coração.

E realmente fora uma paixão louca e avassaladora, não nos desgrudamos mais e dois meses depois da madrugada no bar, consegui um emprego de meio período no jornal, como comentarista política, na época comecei um curso em História do Brasil e o dinheiro era curto, só pagava o apartamento perto da Universidade e os custos de sobreviver e ajudar na renda da minha mãe que morava longe do centro. Quanto mais perto ficávamos, mais a admiração, respeito e paixão que tínhamos um pelo outro aumentava (ao menos era o que eu pensava). João elogiava todos os meus artigos, fazia questão de ler, me chamava quando os outros colunistas estavam discutindo alguma coisa, e diferente dos últimos rapazes com quem me relacionei, ele não se tornou desinteressante com o tempo. Até o dia que cheguei no jornal e em cima da minha mesa havia uma carta de despedida dele, onde de forma cafona e covarde disse que “me amava mas que não via um futuro consistente em nossa relação, e também por isso, resolvera aceitar a proposta de emprego da sede do jornal no Rio”.

Foram algumas semanas me questionando o motivo do miserável não ver um futuro consistente já que me amava, até o dia que mamãe disse que “o que não tem futuro é desperdício no presente”, revirei os olhos para a pérola de sabedoria materna, quando ouvi de novo: “homem não aguenta mulher inteligente, se apaixonar é fácil, difícil é aguentar o tranco”. Adiantou, colocá-lo na caixa dos ex-covardes era melhor que remoer motivos e culpas inexistentes.

Um ano depois eu ainda trabalhava no Jornal, agora como colunista de arte, meu trabalho era ir à exposições, peças, musicais e tecer comentários e críticas na página de entretenimento, meu diferencial era fazer as pontes com a história, política e cultura. No aniversário de 100 anos do jornal, aconteceu uma grande festa que reuniu em São Paulo empregados de todas as filias e quem me aparece acompanhado da esposa que exibia um barrigão enorme?
Eu que já estava na décima taça de champagne, quando vi estava cumprimentando o casal, falando alto, me apresentando como “antiga amiga de trabalho”, e parabenizando a gravidez, sem dar tempo do coitado respirar. Vê-lo constrangido foi suficiente para entender tudo e sentir um ódio que nunca mais sentiria por ninguém na vida, em algum momento da festa João veio até mim, e antes que pudesse falar uma palavra, o interrompi com a pergunta que já sabia a resposta, com o tom mais debochado que consegui: “eu não era pra casar?”, ele só baixou a cabeça.

Minha decepção não era ser o tipo incasável, mas por até ele, o homem acima da média no fim das contas escolheu uma sonsa. Se tivesse se casado com uma mulher também acima da média, não teria me causado tanta repulsa, mas não, casou com o tipo que eu desprezava. Então quer dizer que eu servia para ser colega de trabalho, para ser elogiada, para compartilhar a mesa, ser aplaudida e elogiada por ser inteligente, e talvez até pra receber algum afeto, mas casar não? Tudo bem.

Não me envolvi em nenhum relacionamento por anos, nada que durasse mais de três semanas. Todos os meus esforços foram direcionados pro meu verdadeiro sonho, busquei estudar ainda Arte, História da Arte Moderna, Teoria Crítica da Arte, Música, Artes Plásticas… me realizei apaixonadamente.

Se passaram alguns anos, até que perto do meu 31° aniversário, acompanhei uma amiga, Antônia, à um espetáculo do Balé da Cidade de São Paulo no Municipal, ela havia conseguido ingressos com o primo, clarinetista da orquestra do teatro. Depois da apresentação que beirou a perfeição, nos encontramos com o tal primo e outros músicos (uma violinista que é até hoje a mulher mais bonita que já vi na vida), e fomos até um bistrô que servia drinks e tocava jazz próximo ao Terraço Itália.
Logo vi que o pianista era um daqueles artistas retraídos que só se soltavam na hora de fazer arte (e a sua era impecável), super formal, com óculos que o faziam parecer um avô mesmo sendo o mais novo da mesa. Sempre fiz jus à minha fama de “pra frente”, então dei a volta e sentei ao seu lado, fui logo me apresentando e perguntando seu nome:

- Erh, oi, Nuno, me chamo Nuno.
- Família portuguesa?
- Na verdade não, minha família é toda do interior da Bahia, o nome é homenagem a um ator de radionovela que minha mãe escutava.

Conversamos a noite inteira, Nuno ficava muito vermelho quando elogiavam sua performance, então comecei a fazer pra implicar. Quando falei do meu trabalho, das minhas pesquisas em História da Arte, o garoto ficou super interessado, disse que sonhava viajar conhecendo museus pelo mundo, e que a música estava pouco a pouco, abrindo portas, o dinheiro era pouco mas as experiências faziam valer, disse. Recentemente havia viajado para Nova Iorque com a orquestra municipal, 4 dias, a folga entre uma apresentação e outra era mínima então preferiu não dormir para conseguir visitar alguns museus e galerias.

Voltamos todos andando pelas ruas, Antônia e eu morávamos no mesmo prédio na Rua Ebolição, o primo, Nuno e mais alguns músicos moravam ali por perto do Teatro Sérgio Cardoso. Na porta de casa, enquanto Antônia se despedia aos beijos de um flautista, me despedi do grupo que nos acompanhava com um aceno, parabenizei pela performance e dei um abraço em Nuno, que tinha perfume de baunilha e gengibre.

Aguentei Antônia por uns dois dias falando que eu deveria ter beijado o pianista, minha resposta eram risadas seguidas de “nem passou pela minha cabeça, é um menino!”, ela ria e falava que 5 anos de diferença não eram nada. Nuno não era o “tipo” que eu gostava para uma noite ou uma semana.

Acontece que o flautista, Moacir, começou a frequentar meu prédio por conta de Antônia, e sempre acompanhado de Nuno, que em algum momento era expulso e enviado para o meu apartamento para os pombinhos ficarem a sós (coincidentemente nos horários em que eu estava em casa). Demorou um mês visitando meu apartamento no mínimo duas vezes por semana e tomando uma taça de vinho por visita, para Nuno criar coragem e me chamar pra sair. Se eu já era uma mulher de iniciativa aos 20 imagine aos 30, caso tivesse surgido algum interesse mais sexual da minha parte (lembre-se, eu tinha matado o romantismo com João), logo teria jogado uma cantada brega sobre suas mãos de pianista, porém confesso que nutria certa ansiedade para os dias de expulsão do apartamento de Antônia, sentia falta da sua companhia.

“Quero ficar no teu corpo feito tatuagem, que é pra te dar coragem pra seguir viagem, quando a noite vem…”

A luz do poste da rua entrava pela enorme janela aberta em que eu estava encostada em pé e fazia uma meia luz com o abajur ligado na sala, de frente pra mim, Nuno estava sentado na poltrona, de pernas cruzadas olhando a vitrola tocar “Tatuagem” do Chico Buarque, enquanto tomava a terceira taça de vinho da noite. Aquela noite parecia diferente, Nuno estava nervoso, a testa gotejava, as mãos suavam, tomou a garrafa praticamente só, o garoto ficou bem bonito nervoso e meio bêbado.
Eu me entretia com cena quando ele disse que adoraria me levar para uma apresentação de samba que aconteceria no próximo fim de semana:

-“Está me convidando para um encontro, garoto?”
- “Bom, digamos que… sim, sim, um encontro. Você aceita?”
- “Eu não sou uma mulher pra casar, Nuno”, disse aos risos.
- “Edite, eu também não sou pra casar”
- “Então tá certo”

Depois de minutos em silêncio naquela tensão palpável, Nuno se levantou, começou a se despedir enquanto o acompanhei em direção à porta. Do lado de fora, ainda nervoso, beijou meu rosto e virou as costas, e em um segundo pareceu juntar toda coragem que tinha na vida pra dar meia volta e me dar um beijo ali mesmo. Sem me soltar, fechou a porta atrás de nós, e me envolveu num abraço de onde eu nunca mais sairia.

Realmente não nos casamos, pelo menos não do jeito tradicional. Nuno nunca mais saiu do meu apartamento, acabamos nos unindo anos depois numa cerimônia que recentemente descobri que agora é chamada de Elopement Wedding, só nós dois e uma celebrante com pôr-do-sol inesquecível em uma praia de Menorca na Espanha, e no no papel 2 anos depois pelas facilidades de plano de saúde e burocracias.

“Edite e Nuno são opostos perfeitos”, diziam os amigos. Eu era a explosão e ele a calmaria, muitas vezes ouvimos piadas de quem achava que eu era quem mandava na casa, comentários indiscretos perguntando quem ganhava mais ou se eu trabalhava porque meu marido não conseguia me sustentar. Minha resposta era seca, “já tenho que competir com todos os homens no mercado e nas ruas, não vou competir com mais um dentro de casa”, ele tímido a vida, toda só falava que “o pior dos dias ao meu lado, era melhor que todos os dias sem mim”. Nem no meu pior Nuno deixou de ser gentil, era o único que conseguia desfrutar de um lado meu que eu mesma desconhecia, o garoto me amolecia e sabia disso.

No meu aniversário de 33 anos, mamãe telefonou logo cedo para me parabenizar, “chegou à idade da morte de Cristo, minha filha!”, e aquele dia algo realmente morreu em mim: descobri que estava grávida e esperando uma menina! Morri pra dar lugar a uma nova e desconhecida versão.

Não me imaginei mãe até Nuno se mostrar um pai em potencial, e mesmo assim só me imaginava mãe de meninos, achava que a vida era mais fácil pra eles. Foi na gestação que repensei toda minha vida enquanto mulher, tentando me preparar para colocar mais uma no mundo, reconheci que ser durona era uma casca para não me intimidar e ser apagada por não ser o que os homens, o mercado e a sociedade esperavam de mim, reconheci que meu desprezo as moças casáveis talvez viessem de um lugar de inveja por achar que pra elas era muito mais fácil se render ao padrão do que lutar por emancipação, tão ingênua! Me arrependi e entendi que era difícil e injusto para todas. Senti até vontade de ligar pra esposa do João que sempre tratei com desdém, nas vezes que a vi fazia questão de me gabar das minhas conquistas, enquanto ela sempre estava grávida. Descobri a empatia ao gerar outra mulher. Prometi que criaria uma mulher forte e livre, e merecia um nome à altura: Margot.

Obriguei Nuno a levar a criança para assistir aos jogos no estádio, eu mesma a carregava para as aulas na Universidade (o que incentivou algumas alunas a não desistirem por ser tornarem mães) e aos museus, a pequena dormiu muito nas cadeiras do teatro municipal durante os ensaios.

Puxou do pai o olhar gentil, a doçura, o cheiro natural de baunilha (que nunca consegui explicar), o fascínio por música e a disciplina. De mim, a personalidade teimosa e decidida, fazia tudo o que queria fazer, cresceu protegida dos comentários maldosos dos vizinhos que viam a menina jogando futebol na rua vestida de bailarina, ou que ia fantasiada de Charles Chaplin e não de princesa para a escola. Certo dia uma professora me perguntou se tinha algum avô ou tio para quem dar a lembrança de dia dos pais, de certo julgou pelas minhas tatuagens, cabelo curto descolorido, e boca vermelha, que era mãe solteira! Ri e disse que ia arranjar um homem para aparecer na escola no dia da homenagem.

De todos os meus desafios, formar uma mulher foi o maior e mais recompensador. Depois de Margot, chegaram Irene e Elis, três meninas! Confesso que na pré-adolescência, tive um pouco de pena de Nuno, o garoto não conseguia ter moral nenhuma, era dominado pelas filhas, apaixonado irrecuperável. Disse a todos os namorados que sentaram no sofá: “minhas filhas não são para casar, está disposto?”, e como esperado, muitos não aguentaram. Sofreram nos primeiros covardes, mas aprenderam com a avó: “o que não tem futuro é desperdício”.

O resto é história, sua história. A vida foi bonita, florida, absurdamente preenchida de amor. Hoje, 33 anos depois do dia que nasci com você, Margot, ainda me sinto preenchida. Te amar me fez amar todas as outras mulheres, olhá-las com mais respeito e compaixão. Você me deixou errar pra que suas irmãs tivessem uma mãe melhor, e vissem você como a mulher mais incrível que elas conheceriam. Que privilégio te ver crescida, minha filha! Minha alegria é saber que você, pequena, nunca quis caber nas expectativas de uma “mulher pra casar”, mas sim uma mulher feliz e completa, que só aceita compartilhar a vida com quem a transborda, com quem a ama de verdade, a respeita e acrescenta.
Feliz seu dia.

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Rayane France

brasiliense, 95’s, criativa, meio artista, meio escritora, beyhive e de Jesus